Delírios Coletivos

Ele diz que tem responsabilidade de me dizer tudo. Que não quer me esconder nada e que é sempre sincero contigo. Eu acredito. De coração, acredito. Porque não acreditar nele seria, em parte, não acreditar em mim. Ele está "num patamar superior da minha vida". O termo amigo ainda é pouco pra definir nossa relação. Acredito que temos uma relação maior que isso, como se fosse coisa de outra vida mesmo.

Ele tem ciúme dos que convivem comigo. Dos que, por exemplo, podem ir no barzinho tomar uma cerveja. Eu compreendo. Difícil ver alguém que amamos feliz sem que estejamos perto pra compartilhar dessa felicidade. Os daqui fazem parte de um encontro que chamo de divino, mágico. Não foi por acaso que todos nos conhecemos, justo naquele momento de nossas vidas.

Mas com ele, sei lá, não sei explicar. É maior. Como se estivéssemos acima das coisas da terra. Por isso gosto tanto da expressão 'a metade da minha alma'. E os sinais de que era pra acontecer vieram de Deus, do Deus que eu acredito e que, aparentemente, ele não. O que sei é que já senti Deus. Uma imensa sensação de paz. Mas esse é um assunto pra se falar pessoalmente, olho no olho.

Os dois sabem que ainda tem muito o que viver. Que muito ainda vai acontecer.