Análise do medo

Fazia muito tempo que não sentia medo. Medo de dar frio na barriga e sentir o corpo tremer.

Primeiro foi no ônibus, pelo olhar de excluído do garoto que pede dinheiro para 'comprar um pacote de bombom para vender'. Apesar de estar de óculos escuros, parece que ele conseguia ver que eu estava com receio de que ele pudesse puxar meu escapulário ou meu relógio ou sei lá mais o que.
Atesto que não gosto de sentir medo. Não me sinto nem um pouco confortável com essa situação.

E pra lidar com meus medos (muito mais complexo que a sensação desconfortável do ônibus) é que comecei as sessões de análise. O psicólogo, homem e jovem me deu um ar de tranquilidade e tudo muito informal. Bem do jeito que eu esperava mesmo. A primeira vez foi legal. Tranquilizante pra usar um termo que me agrada mais.

Mas a primeira lição é: olhar a mesma situação de ângulos diferentes.
Que tal dar a volta e ver o 'problema' de outra posição?
Gostei da idéia Dr. Analista.

Read Users' Comments (3)

3 Response to "Análise do medo"

  1. Tiago Chaves, on 11:52 PM said:

    ehhehehhehehe, analista mesmo? hum hum

  2. Anônimo, on 12:48 AM said:

    Não gosto dessa sensação de medo Drika. Acho que é como tenho me sentido agora, qnd estou prestes a mudar de estado, em busca de uma profissão em que sei que o salário de um repórter recém-formado - mesmo nos melhores jornais, revistas, tvs - é mais baixo do que o de um vendedor de loja de shopping center. Isso porque a chance de ser registrado é quase nula, somos em geral frilas, quando não frilas-fixo. A concorrência entre os frilas é grande, implora-se por trabalho em que se paga pouco e em geral é dado pra panela que comanda a editoria em questão. Não há meritocracia nas redações, ou seja os melhores não são recompensados, mas há sempre espaço para os amigos do rei. Trabalha-se normalmente mais do que a consagrada jornada de 8 horas diárias e em horários esdrúxulos (madrugadas e finais de semana). O departamento de marketing pode derrubar matéria, sugerir (ou até obrigar) pautas e definir a linha editorial de uma revista. Sei que ao substituir um bom jornalista por um péssimo, a tiragem / audiência em geral não sofre alterações (O leitor / espectador brasileiro é muito pouco crítico). Por isso os donos dos jornais estão sempre preocupados com a publicidade, razão pela qual os marketeiros ganham sempre mais do que jornalistas (óbvio!). As empresas são muito mal administradas. Além disso, os problemas familiares se misturam com os problemas da empresa.Os assessores de imprensa e os relações públicas até que têm condições de trabalho boas ou justas, Também pudera hoje não há jornal ou revista que se conseguiria publicar sem a ajuda deles. E é por causa disso, da falência do jornalismo e a força dos assessores que toda a imprensa está com um jeitão de Caras: só dá chiques e famosos e matéria sobre a inauguração do que quer que seja. Mas tem o pior: apesar de fumados e mal pagos, apesar de tudo isso que falei, ainda há muito jornalista metido a besta.

    ahhh desculpa...so pra desabafar mesmo! ;(

  3. Max Junior, on 11:11 AM said:

    obrigado pelos votos de confiança (sabes do q falo), espero que isso te ajude. se bem que nunca achei que precisasses, ams enfim :)
    um beijo drika