No céu e na pele

Na vida a gente tem que ter referências. E por sorte nós podemos escolher nossos próprios ícones. É opção também olhar mais de perto e descobrir os defeitos dessa pessoa. Ver que ela tem irregularidades físicas e comportamentais, como eu mesmo.

Eu gosto de olhar para quem eu admiro de longe, mas também de perto. Exceto um alguém, por quem não poderei mais dar um ataque fanático, de quem nunca mais verei pessoalmente, de quem não poderei tocar. E não sei se isso é bom ou ruim. O fato é que ele é importante.

A peça sobre o Renato Russo me trouxe de volta essa reflexão. De que nunca vou vê-lo pessoalmente. De que ali, no teatro, eu estava perto da 'coisa' mais próxima dele que poderei. Um ator com os traços dele, que fala como ele, mas que não é ele. Porque nunca mais será.

Mas tudo isso, tudo mesmo, mostra o quanto ele esta vivo. Ele é uma daquelas pessoas que não morrem. Ficou marcado pra sempre na humanidade. Foi - e é - grande.

E eu só posso admirar de longe, como quem olha o pôr-do-sol como um grande fenômeno natural e sempre quer o ter assim. Longe e perto. Lá no céu e aqui na minha pele. Ao mesmo tempo.

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